
Eu, o melro e ela
,ali, onde a fonte se cala.
_Eu juro_dizias
nas veredas do caminho
escrevias em branco e_sem medo_
ele ouvia mudo
com a inocência das suas penas.
_Eu juro_que por este rio
hei-de descer ainda
até lhe sentir o sal
queimar o âmago da luz.
Ali, onde a nuvem
_que já não somos_
nos disser o mesmo dizer
dos cânticos descidos
das fontes e, sob a tenda,
a noite_no seu embalar azul_
descer do seu pedestal.
r_a_s_t_e_j_a_n_t_e_s
na sombra húmida,
em direcção à chama do braseiro,
sem a qual, o silêncio
não dorme
ou as pétalas exultam
a glória do beijo dado
sobre o leito iridescente
de estrelas em botão.
Eu floresci no início de Janeiro,
tão jovem ainda
e tão chegado a Ela,
_Parti.
Martinho Ofreduccio (gato-poeta do século XX)
,ali, onde a fonte se cala.
Eu escutava a nuvem
que se ergue
altiva na tarde íntima
e se dilui
em sílabas de sal.
Eras, então, miragem:
como quem fixa
no verde da erva
o coração e
sobre o peito enche
a taça vazia de juras
_Eu juro_dizias
nas veredas do caminho
escrevias em branco e_sem medo_
ele ouvia mudo
com a inocência das suas penas.
_Eu juro_que por este rio
hei-de descer ainda
até lhe sentir o sal
queimar o âmago da luz.
Ali, onde a nuvem
_que já não somos_
nos disser o mesmo dizer
dos cânticos descidos
das fontes e, sob a tenda,
a noite_no seu embalar azul_
descer do seu pedestal.
Éramos acrobatas sem chão
para que outros fossem
o chão raso, onde brotam
os rebentos alegres e verdes
r_a_s_t_e_j_a_n_t_e_s
na sombra húmida,
em direcção à chama do braseiro,
sem a qual, o silêncio
não dorme
ou as pétalas exultam
a glória do beijo dado
sobre o leito iridescente
de estrelas em botão.
Eu floresci no início de Janeiro,
tão jovem ainda
e tão chegado a Ela,
_Parti.
Martinho Ofreduccio (gato-poeta do século XX)