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quinta-feira, 27 de agosto de 2009
domingo, 23 de agosto de 2009
EU, ELA E A PENA
Um restolho liso
de folhagem
irrompe no final de tarde
ouço-o
ouço-o
no bater compassado
de mil corações
em uníssono.
Pom pom Pom pom
POM
corre, corre!
“vai Ela descalça pela verdura, vou eu e esta pena pelas alturas,
vem connosco um figo-de-mel, um beijo a perfumar o céu,
Ela, Eu e o arroz-doce na lonjura de um movimento…
O dia como que se ausenta na esquadria dourada do tempo”
por que a noite não cai
e a terra húmida já perfuma as sombras
rendilhadas na quietude do silêncio
-cai a tarde e a noite não tarda.
“Eu, Ela e a pena em sonhos de poeira fina
fomos luz de uma fantasia, restolho fomos, não fomos?"
-restolho liso? disse Ela
"-como o reflexo estendido sobre o rio,
assim
_ fui eu.”
Martinho Ofreduccio, (gato-poeta do séc.xx)
***
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