MARTINHO OFREDUCCIO:O GATO POETA

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Canto a pedra e as amoras





Falei com elas e olhei–as ,
são amoras,
encobertas pelas silvas.
Quase negras,
estas palavras cantam
e enfeitam a secura dos caminhos.
Falei com elas e olhei–as
na semelhança que têm com a pedra:

(De onde vêm ? )


Martinho Ofreduccio, gato-poeta do séc. xx

.-.

domingo, 23 de agosto de 2009

EU, ELA E A PENA









Um restolho liso
de folhagem
irrompe no final de tarde
ouço-o
no bater compassado
de mil corações
em uníssono.


Pom pom Pom pom


POM
corre, corre!


“vai Ela descalça pela verdura, vou eu e esta pena pelas alturas,
vem connosco um figo-de-mel, um beijo a perfumar o céu,
Ela, Eu e o arroz-doce na lonjura de um movimento…
O dia como que se ausenta na esquadria dourada do tempo”

por que a noite não cai
e a terra húmida já perfuma as sombras
rendilhadas na quietude do silêncio
-cai a tarde e a noite não tarda.

“Eu, Ela e a pena em sonhos de poeira fina
fomos luz de uma fantasia, restolho fomos, não fomos?"

-restolho liso? disse Ela
"-como o reflexo estendido sobre o rio,
assim
_ fui eu.”
Martinho Ofreduccio, (gato-poeta do séc.xx)
***

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