MARTINHO OFREDUCCIO:O GATO POETA

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segunda-feira, 26 de abril de 2010


A excelsa luz esmaece o final de tarde,
Envolvida na poeira dos caminhos
E, como o pano sobre o palco,
A cortina de sombras cai sobre
A fugaz paisagem das videiras.
Sorri, pois ainda mal se esfumaram
Os sonhos da noite anterior,
Sorri, pois, com o sorriso aberto das flores
Na manhã que há-de vir.
Na distância da dor, desdobra-te
Em curva e fecha-te,
Até que os sinos cessem de tocar
E, de novo, a tarde seja a tangente
Da imaginação, no corte da realidade.
E eu,
assim, me vou sentindo também flor,
E a flor,
livre de ser rosa, ou ervilha-de-cheiro.
»

Dito por um gato-poeta do séc.xx, de nome Martinho Ofreduccio

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